Meu Blog de aventuras

Leia o Blog a partir das primeiras postagens


sábado, 19 de julho de 2014

Dia 23 de Novembro - 9º dia de viagem - Gêiseres Del Tatio



9º dia de viagem.
Gêiseres Del Tatio



Nos reunimos  na noite anterior após voltarmos da rua a fim de discutir o itinerário da volta. Nossa disposição meio que derreteu após o passeio às lagunas e tendo em vista esse fato discutimos duas alternativas.
A primeira seria descer até Santiago e voltarmos cruzando o túnel Cristo Redentor, essa alternativa aumentaria a nossa viagem em mais de mil quilômetros e consequentemente no mínimo mais dois dias. A segunda alternativa seria retornar pelo caminho da vinda, cruzando novamente a cordilheira pelo Paso Jama. Como batia forte a vontade de voltar para casa, a segunda opção foi uma escolha natural e unânime.




Temperatura às 06:00hs -8ºC
























Na madrugada seguinte quando o micro ônibus chegou, já estávamos esperando na porta do Hostel, a noite estava gelada e escura, sem lua. Nem havíamos deixado o vilarejo e eu já havia pegado no sono, acordando somente na hora que paramos na entrada do parque dos gêiseres, não vi nem a hora em que um dos meus amigos pagou a minha entrada.


Nosso guia no passeio

Fomos informados pelo guia que a temperatura externa estava em torno de -8ºC e que o dia ainda levaria alguns minutos para começar a clarear. Como estávamos espertos, todos fomos bem agasalhados.


Poças de água congelada



Lá o ar rarefeito torna qualquer esforço bem difícil e se você não estiver com o espírito preparado, com certeza vai azedar o seu dia. Particularmente achei o passeio as Lagunas bem melhor, de modo que hoje eu recomendo fazer primeiro o passeio dos gêiseres, deixando o melhor para o fim.



 Demos umas voltas por ali, batemos umas fotos e fomos tomar o café da manhã que foi devidamente aquecido com energia geotérmica.  Depois nos encaminhamos a piscina de água termal, que oferecia águas a 35ºC, resolvemos não arriscar a entrar, pois encarar uma semana sobre a moto com gripe não seria fácil.

Piscina de água termal



Melhor não arriscar...hehe

Como o passeio é “curto” os chilenos inventaram uma parada no meio do caminho da volta, em um vilarejo chamado Machuca, na minha opinião esse é o maior “Fake” da viagem.


















Lá uma dúzia de casinhas de adobe trancadas e uma igrejinha com cara de antiga, recebem os turistas, oferecendo churrasquinho que dizem ser de lhama e empanadas com coca cola. 

Churrasquinho de lhama
Igrejinha de San "Fake"
Acho que quando os turistas vão embora, os chilenos fecham tudo aquilo e vão para S. P. de Atacama, retornam no dia seguinte.




Quebrada do Rio "Putana"





Antes das 13:00 hs, já estávamos na cidade, fomos almoçar e depois da cochilada da tarde arrumamos as coisas para a partida do dia seguinte. Aproveitamos para dar uma revisão e fazer a manutenção nas motos, trocar o óleo do motor, lubrificar correntes e completar os tanques de combustível.

Eu o Marino trocamos o lubrificante de nossas motos sem problemas, mas o Carlos não conseguiu soltar o parafuso do bujão da moto dele e após maldizer o nome do mecânico que fez a revisão, saiu a procura de uma oficina mecânica. Uns 40 minutos depois voltou sem conseguir fazer o serviço, ficamos preocupados pois se no sábado não trocou, no domingo muito menos. Logo ele teria que seguir viagem sem trocar o óleo e tentar achar alguém em Calama ou Antofagasta.

À noite Eu e o Carlos saímos afim de tomarmos umas cervejas e ao chegar ao boteco, fizemos sinal ao garçom que queríamos uma mesa o mesmo nos respondeu em português que teríamos que esperar pois estava lotado.

Pedimos uma Corona e começamos os trabalhos meio que do lado de fora do boteco encostados na ponta do balcão, havia ali também um senhor já bem maduro que estava tomando uma cerveja e roendo as unhas e como nós a espera de uma mesa, acompanhando o  jogo de futebol pela TV do bar.

Alguns minutos depois dois rapazes com cara de europeus levantaram e desocuparam uma mesa, o garçom nos fez sinal. Eu me dei conta que o Sr. estava na nossa frente e conseqüentemente teria preferência à mesa, então disse  para ele sentar-se, ele fez sinal de negativo com a mão e nos deu a preferência. Virei para mesa do lado e pedi uma cadeira que estava vazia, peguei o camarada pelo braço e sob protestos de “no, no, gracias” arrastei o mesmo para se sentar conosco.

O camarada que já não me lembro o nome é um advogado de Santiago e estava de férias com a família e havia fugido para o bar para acompanhar o jogo de futebol. Ficamos ali umas boas horas, desfrutando da cerveja e da companhia do nosso amigo chileno que se declarou apaixonado pelo Brasil e assíduo freqüentador de nossas praias.

Voltamos meio “borrachos” para o hostel.