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domingo, 21 de setembro de 2014

Dia 24 de Novembro - 10º Dia de viagem.




10º Dia de viagem
San Pedro x Antofagasta
440km



Nosso roteiro para esse dia foi, sair de San Pedro e seguir até a cidade de Tocopilla e a partir daí, pela ruta 1 chegar até Antofagasta, encerrando o dia percorrendo pouco mais de 440 quilômetros.

Partimos do Hostel Intipara pouco depois das 08:00hs, deixamos reservado um quarto para o dia seguinte, quando já estaríamos voltando e  nos despedimos de nossa amiga Consolação.

Como as motos já estavam preparadas, carregadas e de tanque cheio, nossa partida foi rápida, em minutos já estávamos na estrada passando pelo “Vale de la Muerte” rumo a cidade de Calama.




Nesse trecho o que nos chamou a atenção além da paisagem desolada do deserto foi um imenso parque eólico poucos quilômetros antes da cidade de Calama.




Ao chegarmos na cidade, notei um carro da policia estacionado atrás de uma placa, como nos filmes americanos. Parei tirei o capacete e perguntei ao policial se havia um posto de combustível na estrada, de modo a abastecermos sem precisar entrar na cidade. O policial conversou algo com o parceiro e ambos desceram do carro, nos cumprimentaram de forma muito simpática, fizeram as perguntas rotineiras, tipo, de onde vem?  Para onde vão? E nos disseram que nos acompanhariam até um posto de combustível.



Foi meio maluco, nós três seguindo em comboio a viatura dos carabineiros de giroflex aceso. Ao chegarmos ao posto de gasolina que era um BR os policiais desceram novamente do carro para conversar conosco, batemos um papinho motociclistico, então eu pedi para tirar uma foto com eles e eles ficaram muito contentes.




Um táxi com placas da Bolívia cheio de garotas (?) parou do nosso lado buzinado, eu achava que era para nós, mais não era, era só para o Marino, as mulheres queriam porque queriam bater uma foto com ele (nada de novo)... hehe ...

Terminamos o abastecimento e os guardas perguntaram se queríamos escolta para fora da cidade, agradecemos e recusamos e eles foram embora. Essa atitude legal dos policiais é a imagem que eu guardo do povo chileno.

Tocamos viagem e logo estávamos descendo a serra, já quase chegando a Tocopilla. Eu na minha ingenuidade achava que ao nível do mar estaria mais quente que na montanha, que contava naquele momento com uma temperatura em torno de uns 20 ou 23ºC. Ledo engano e desagradável surpresa descobrir que ao nível do mar a temperatura estava uns 10ºC mais baixa.




A descida da serra é abrupta, em poucos quilômetros despenca-se mais de dois mil metros. Em curvas bem legais, tocamos com cuidado, pois apesar de ser domingo havia um forte movimento de caminhões, provenientes das minas na região. Então após a última curva chegamos ao Oceano Pacifico.

Primeira vista do Oceano Pacífico

Cidade de Tocopila




Encostamos em um refugio à beira da estrada bem próximo ao portal da cidade para bater fotos, comemoramos e nos parabenizamos. Para o Carlos o gostinho era ainda mais especial, pois ele havia cruzado o continente de um litoral ao outro.


Já era hora do almoço e decidimos procurar um lugar para almoçar e depois tentar achar alguém para trocar o óleo da Falcon do Carlos e só então seguir viagem.






Entramos na cidade e achamos um restaurante bem simples, mais com uma bela vista para o mar, entramos e fomos muito bem recebidos pelo proprietário que fez questão de se sentar a mesa conosco para conversar sobre a viagem.

Usina termoelétrica



Oceano Pacífico
Restaurante em Tocopilla







Pedimos uma sugestão de peixe e nos foi sugerido um tipo de cação a milanesa que realmente não decepcionou. Ficamos ali conversando com o proprietário que nos deu uma série de dicas e conselhos e foi aí que demos a maior mancada da viagem.

O nosso amigo entre outras sugestões nos orientou de forma veemente que não seguíssemos até Antofagasta, pois a cidade era grande e muito perigosa, que nós deveríamos pernoitar em um balneário chamado Mejillones que fica uns 20km antes de Antofagasta, pois lá era muito bonito e encontraríamos com facilidade um lugar para se hospedar, seria muito mais proveitoso para nós! Bem o conselho entrou por um ouvido e saiu pelo outro.

O nome dessa cidade “Antofagasta” estava a uns bons anos martelando na minha cabeça e eu não iria deixar de passar por lá!

Conseguimos o endereço de uma oficina de motos e talvez daríamos sorte de encontrar o dono por lá, mais nada feito. Decidimos então tocar viagem, foi quando vi um posto da Shell muito grande e estruturado, aí pensei, com as ferramentas do posto conseguiríamos trocar o óleo!

Entrei com a moto e fui falar com o frentista, os colegas ficaram para trás. Todo simpático expliquei ao frentista o nosso problema e que tínhamos o óleo e só precisávamos das ferramentas, ele sem cerimônias disse não e virou as costas, eu toquei a moto e insisti. O dito cujo virou par mim e disse em voz alta. NO! VÁ PARA TU CASA!

Foi a primeira vez que fui tratado assim na viagem, fiquei meio chocado, mais pensei que enquanto ele estava trabalhando no domingo talvez por um salário pífio eu estava ali desfrutando do país dele, curtindo minhas férias, fazendo algo que ele provavelmente jamais faria. Então dei de ombros e fui embora.

Os meus amigos estavam sem fôlego de tanto rir, acabei rindo também.

Seguimos o GPS e rapidinho estávamos curtindo a Ruta 1, com o Oceano Pacifico de um lado e a Cordilheira dos Andes do outro. Na verdade a cordilheira acaba no mar a estrada é escavada na encosta da cordilheira. Pilotar naquelas curvas foi inesquecível o visual é incrível.

Ruta 1



Na minha cabeça ficou a pergunta. Como eles conseguem fazer uma estrada tão boa sobre a areia? Deveriam ser contratados para ensinar nossas autoridades a fazer estradas...









Não demos sorte, pois o dia que estava lindo e ensolarado, foi fechando e antes de chegarmos a Antofagasta já estava nublado e cinzento. Passamos direto pela entrada do Balneário de Mejillones, e em poucos minutos estávamos rodando em Antofagasta.

Apesar de ser domingo à tarde a cidade estava bem movimentada com bastante gente na rua e um forte movimento no transito. Não havíamos feito reserva, então marcamos alguns hotéis no GPS e saímos na captura.

Fomos a uns quatro ou cinco e não demos sorte, todos lotados. Encontramos até o Hotel Marsal que deve ser de algum parente...hehehe...A noite já estava chegando e nada de acharmos, já estávamos preocupados. Então encontramos lugar em um Apart Hotel com vaga de garagem, num precinho razoável e pegamos.

Quando entramos para ver o quarto, não era um quarto e sim um apartamento de três dormitórios, sala cozinha e lavanderia com dois banheiros. Beleza dormir sem nego roncando na cama do lado.

Os amigos não gostaram nada-nada da cidade e resolvemos  não sair a noite, então eu e o Carlos fomos a um supermercado que ficava a umas duas quadra e compramos mantimentos para fazer na cozinha do apartamento uma macarronada acompanhada por um garrafão de vinho Gato Preto.



Meu sonho de ver o por do sol no Oceano Pacifico morreu assim...Literalmente na praia. Phoda é que se tivéssemos ficado em Mejillones como o amigo do restaurante sugeriu teríamos aproveitado muito mais, talvez até com banho de mar.

Poderíamos ter aproveitado também um pouco mais, descendo no dia seguinte, até algum balneário mais para frente, mais no momento, nenhuma idéia surgiu, só a vontade de voltar.

Essa foto não é minha, peguei em um site turístico do Chile. Se quiser uma foto do por do sol no Pacífico tenho que voltar lá!

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