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domingo, 8 de dezembro de 2013

Dia 15 de Novembro, 1º dia de viagem. Segunda parte.



                                                Parte 2 – Na Argentina




Fizemos os tramites na aduana rapidamente, conversamos com o oficial que nos advertiu para ficarmos na cidade (Bernardo de Irigoyem), pois estava prevista forte tempestade com possibilidade de granizo naquela noite, ignoramos o aviso, trocamos alguns dólares por pesos com um cambista que estava do lado argentino da aduana e partimos em busca de um posto, eu estava eufórico.

Em um cruzamento aguardando o semáforo abrir, éramos observados por um grupo de garotas que saíram da escola, todas de uniforme com aquelas saias características. Errei a marcha da moto e ela morreu o Carlos que estava atraz não conseguiu desviar aí foi só o barulho do baú da moto dele chocando-se com o baú da minha moto, foi um solavanco e tanto mais não perdemos o equilíbrio. Depois descobri que a colisão quebrou o suporte do meu baú que a partir daí ganhou um elástico extra para fixar bem.

Logo na saída da cidade havia um comando da Policia Caminera e eu pensei...Pronto lá vai “contribuicion”! Mais os policiais não demonstraram interesse em nós só fizeram sinal com a mão para passarmos e fomos embora, rodamos mais alguns minutos e o Marino já deu seta, paramos e fomos guardar os objetos que molham, pois o tempo estava ficando feio.

De cabeça eu lembrava que o trecho entre a fronteira e a cidade de Eldorado era algo em torno de 120km e que era bem deserto, depois teríamos mais 20km até Montecarlo, a noite foi caindo, o tempo fechando e não demorou para desabar a tal tempestade. O que estava tenso por causa do horário ficou pior pela chuva.

Reduzimos a velocidade e os 120km até Eldorado pareciam ser 300km, não rendia e estava realmente perigoso, só não foi pior porque a estrada é bem deserta e raramente éramos ultrapassados, fomos em formação compacta, assim os faróis iluminavam melhor, eu estava na frente mais logo pedi para outro liderar o Marino tomou a frente e após uns 20 minutos ele diminuiu muito a velocidade e eu entendi que ele não estava conseguindo enxergar por conta de ter embaçado o óculos, abri minha viseira e tomei a frente, sempre em velocidade reduzida e de viseira aberta fomos tocando.

Nunca tinha visto algo parecido, devido ao calor à chuva caia e ao entrar em contato com o asfalto quente, subia na forma de uma forte neblina. Num determinado momento notei a aproximação de um carro que pelo espelho parecia ser uma caminhonete, a mesma ficou alguns segundos atrás do Marino que era o último da fila e de repente o FDP saiu numa ultrapassagem bem arriscada, que quase tirou o Marino da pista.

Chegamos a Eldorado, com a unânime certeza que deveríamos ter ficado tomando cerveja em Dionísio Cerqueira.

Paramos logo na entrada de Eldorado a fim de nos localizarmos, notamos que a cidade estava às escuras, sem energia, acho que devido as chuvas e aí tomamos outro susto quando um cara com uma saveiro, jogou o carro na frente das motos e já desceu falando.



Hola ustedes son brasileño?
Se pierden?
Necesitas algo?
Puedo ayudarle?

También soy mociclista!



Com os olhos arregalados começamos a explicar que estávamos com reserva num hotel em Montecarlo e que queríamos ir para lá, ele se ofereceu para nos levar até a saída da cidade e que deveríamos segui-lo, observei que havia uma mulher dentro do carro isso me deixou mais tranqüilo em segui-lo.

Fomos por uma via paralela que desviou do centro e ele nos deixou em um posto YPF na saída da cidade, trocamos alguma palavras ele disse que era pena termos que ir, pois poderíamos ficar em Eldorado que tinha muitos hotéis e que ele nos levaria para conhecer a cidade, que tinha até cassino, agradecemos e demos uns adesivos para ele e ele nos deu um cartão, se não me engano ele é mecânico de motos e tem uma oficina na cidade, tenho que dar uma busca para ver se acho esse cartão, pois o cara é gente fina e pode ser de grande utilidade para quem se aventurar naquelas bandas e tiver algum problema.

Saímos de Eldorado, ainda tínhamos mais 20km pela frente, mais a chuva tinha parado e a estrada (RN12) é espetacular, em poucos minutos eu já tinha passado direto pela entrada da cidade, dei conta que estava sozinho e voltei uns 3 ou 4 quilômetros para encontrar os amigos conversando na entrada da cidade. O meu GPS estava desligado e guardado dentro do baú por conta de não ser a prova d’agua, então tivemos que chegar no hotel na base da pergunta.

Chegamos ao Hotel Cabanas lãs Orquídeas, às 22:30hs (local) 23:30hs do Brasil, pilotamos mais de 880km em 18 horas, estávamos cansados, molhados, com fome e sede, fomos atendidos por uma mulher assustada que me pediu o papel da reserva do site e após nos acomodar, ainda nos forneceu a senha do Wifi e se prontificou a pedir algo para que pudéssemos comer, liguei para casa contando a aventura, tomamos banho e optamos em sair para comer uma pizza e fechar o dia com uma Quilmes bem gelada.

Link do Hotel Cabañas Las Orquideas:  http://www.orquideasmontecarlo.com.ar/

Hotel Cabañas Las Orquideas

 
Fim de noite Pizza e Quilmes

2 comentários:

  1. Estou acompanhando o relato porque pretendo fazer essa viagem em fev/2014

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    1. Olá Lauro, muito obrigado por estar acompanhando o blog. Quanto a viagem, se programe, se prepare e vá, pois vale muito a pena.

      Abraço.

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